Você já ouviu alguém falar “babado”, “close certo” ou “caiu na cacunda”? Esses são alguns exemplos do Pajubá, um dialeto repleto de expressões usadas pela comunidade LGBTQIAPN+ no Brasil. Mas o que muitos não sabem é que essa linguagem tem raízes na cultura afro-brasileira e foi criada como uma forma de proteção e identidade.
Como Surgiu o Pajubá?
O Pajubá não nasceu nas baladas ou no meio digital. Suas origens vêm dos terreiros de candomblé e umbanda, onde algumas palavras dos idiomas africanos, como o iorubá e o quimbundo, foram incorporadas ao português.
Ao longo do tempo, essas palavras foram sendo adaptadas e passaram a ser usadas pela comunidade LGBTQIAPN+ como uma forma de expressão e resistência, especialmente em tempos em que ser quem se é poderia ser perigoso. Incrível Mas Verdade, o Pajubá ajudou a criar um código secreto de comunicação entre pessoas marginalizadas.
Algumas Expressões Populares do Pajubá
O Pajubá é cheio de gírias icônicas que fazem parte do dia a dia de muitas pessoas. Veja algumas delas e seus significados:
🔹 Aquenda – Esconder, guardar algo.
🔹 Babado – Algo interessante ou surpreendente.
🔹 Bafo – Pode significar tanto fofoca quanto uma situação caótica.
🔹 Cacunda – Costas. Exemplo: “Caiu na cacunda” (levou um tombo).
🔹 Fechar – Arrasar, lacrar. Exemplo: “Fechou com chave de ouro!”
🔹 Lacre – Algo incrível, impecável.
🔹 Mona – Forma carinhosa de chamar alguém da comunidade.
🔹 Viado – Termo ressignificado como uma saudação entre amigos LGBTQIAPN+.
Essas expressões evoluem com o tempo, mas muitas delas continuam sendo usadas em diversos contextos. Mundo Curioso, não é?
O Pajubá Como Identidade Cultural
Além de ser uma forma de comunicação, ele é um símbolo de identidade e pertencimento. Em um mundo que muitas vezes excluiu ou marginalizou a comunidade LGBTQIAPN+, essa linguagem ajudou a criar conexões e redes de apoio.
Curiosamente, algumas palavras do Pajubá se popularizaram tanto que já fazem parte da cultura pop e até da linguagem cotidiana, sendo usadas por pessoas fora da comunidade. Quem nunca ouviu alguém dizer que algo foi um “lacre” ou que “tá um babado”?
O Pajubá Nos Dias Atuais
Com a internet e a influência das redes sociais, o Pajubá se espalhou ainda mais. Muitos influenciadores, artistas e criadores de conteúdo ajudam a manter essa tradição viva e em constante evolução.
Mas é importante lembrar que essa linguagem tem raízes históricas e culturais profundas, então usá-la com respeito é fundamental. Afinal, é mais do que um conjunto de gírias — é um símbolo de resistência, inclusão e diversidade.
O Pajubá é muito mais do que uma linguagem divertida: ele representa a história, a luta e a criatividade da comunidade LGBTQIAPN+. Com raízes africanas e um papel fundamental na cultura brasileira, ele segue vivo e em constante transformação.
Agora que você conhece um pouco mais, que tal espalhar o close certo e celebrar essa rica forma de expressão?